Dentro das empresas de Tecnologia da Informação (TI), a terceirização é cada vez mais comum e tem sido usada para suprir as necessidades de profissionais atualizados no mercado. Contudo, é preciso estar atento a algumas questões na hora de desenvolver essa prática, de modo a tomar decisões conscientes e favoráveis.
A alta demanda no mercado de TI
De acordo com um estudo desenvolvido pelo Google, até o ano de 2025, haverá um déficit de 530 mil profissionais na área de TI. Ou seja, haverá maior necessidade de profissionais dentro dessa área do que a oferta presente no mercado.
Esse cenário se contrasta com a entrada de novos profissionais na área: há menos gente se formando do que a demanda esperada.
De acordo com dados da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), em colaboração com a Abstartups (Associação Brasileira de Startups), de 2021 a 2025, cerca de 53 mil graduados serão inseridos no mercado anualmente. Contudo, a procura por profissionais qualificados será muito maior: de cerca de 800 mil pessoas neste mesmo período.
Nesse sentido, o outsourcing (termo em inglês que refere à terceirização) deve ser cada vez mais valorizada no setor aparecendo como um caminho que deve aumentar dentro da TI.
Samantha Puerro, head de negócios em outsourcing da Nexmuv, chama a atenção para os principais desafios e mitos que envolvem a área de Tecnologia de Informação. Acompanhe a leitura para saber mais!
Os mitos e as verdades da terceirização em TI
Para estar preparado para o que vem por aí, é importante conhecer mais sobre as necessidades e os mitos que circulam acerca da terceirização dentro da área de Tecnologia de Informação.
Confira a realidade sobre algumas ideias que são difundidas no setor:
Terceirização é a solução definitiva para a escassez de talentos em TI
Um dos grandes desafios hoje da TI é como assegurar a quantidade necessária de profissionais qualificados para as novas demandas tecnológicas que não param de surgir. Muitas vezes, os trabalhadores que estão no mercado ainda não estão preparados para lidar com as novidades.
Contudo, a terceirização deve conviver com outros passos importantes, como a integração entre equipes de contratados e terceirizados.
“Embora a terceirização ofereça vantagens como redução de custos e acesso a habilidades especializadas, esses desafios demandam uma abordagem estratégica. Estabelecer parcerias duradouras com as empresas que prestam serviços de outsourcing e promover uma comunicação eficaz com esses fornecedores e com os colaboradores em geral, podem ser estratégias adotadas para mitigar esses desafios”, explica Samantha Puerro.
Preço é a principal razão para terceirizar a TI
Muita gente tem a ideia de que terceirizar significa principalmente cortar custos. Mas hoje, no contexto de inovação digital, a questão do custo é apenas mais uma, mas não necessariamente a mais relevante.
De fato, terceirizar dentro da área de Tecnologia de Informação precisa ser visto como uma forma de conquistar habilidades para a empresa cujo custo de aquisição seria alto demais de outra forma.
Ou seja, a contratação de profissionais terceirizados precisa ser encarada de forma estratégica, e não apenas como uma vantagem financeira, pois isso pode comprometer a operação.
Terceirização compromete a segurança da informação e conformidade com regulamentações
Outra questão importante é como lidar com a segurança da informação ao se contratar o serviço de profissionais terceirizados. O fato é que, embora traga muitos benefícios (como alta especialização dos profissionais na área, economia de custos e foco no core business), a terceirização também impõe seus desafios.
Entre eles, está o de ficar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que exige uma série de cuidados na gestão. De acordo com Samantha Puerro, a contratação de pessoas terceirizadas tem vantagens desde que o trabalho seja realizado corretamente.
“A terceirização de serviços de TI oferece benefícios significativos, mas requer planejamento, como contratos detalhados para garantir conformidade e minimizar a dependência do fornecedor para confirmar a condição e a segurança da informação. Ao fazer isso, as empresas podem aproveitar ao máximo as vantagens da terceirização de TI enquanto mitigam os riscos associados”, afirma.
Estratégias internas não impactam a cultura organizacional e produtividade em TI
Os projetos internos das empresas, como o desenvolvimento de programas de formação, políticas de home office e parcerias educacionais, influenciam positivamente a cultura organizacional e a produtividade das equipes de TI.
Samantha alerta que esses mesmos direitos devem ser estendidos aos profissionais terceirizados. “Essas iniciativas promovem uma cultura de aprendizado contínuo, flexibilidade e engajamento. Isso resulta em equipes mais atualizadas, motivadas e adaptáveis, contribuindo para a retenção de talentos e melhor desempenho geral”, ressalta.
Terceirização prejudica a agilidade e flexibilidade operacional em ambientes de rápida mudança tecnológica
Na verdade, é o oposto: a terceirização pode ajudar a trazer agilidade e flexibilidade operacional às empresas. Nesse sentido, é preciso considerar os desafios necessários para encaixar esses funcionários, priorizando na comunicação.
“A escolha por terceirizar deve ser feita após uma análise cuidadosa para assegurar que o parceiro escolhido se alinhe com as necessidades e objetivos da empresa”, lembra Samantha. Ou seja, deve-se investir na capacitação contínua tanto dos funcionários internos quanto externos.
Com todas essas dicas, a empresa conseguirá terceirizar parte da sua mão e de obra e tirar o melhor proveito dos talentos que se agregam a ela.
“Para os profissionais de TI, este cenário oferece desafios, como a necessidade de constante atualização e a pressão por especialização, mas também oportunidades significativas de crescimento profissional, melhores salários e a chance de trabalhar em projetos inovadores. Ambos, empresas e profissionais, precisam adotar uma postura proativa de aprendizado e inovação para prosperar neste ambiente em evolução”, conclui Samantha Puerro.