Conheça a importância da Computação Forense na era digital!

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Você conhece a Computação Forense? Essa área está em evidência na atualidade e pelo menos 34% dos CEOs brasileiros estão dispostos a pagar por resgate de dados e sistemas da empresa.

Essas informações são de uma recente pesquisa realizada pela Palo Alto Networks, e mostram o quão preocupados os chefes estão com possíveis ataques ransomwares.

Diante desse cenário, fica evidente a necessidade de mais proteção digital e identificar de que forma agir caso ocorra um ataque à sua empresa, concorda?

Por isso, neste artigo, vamos falar sobre a perícia forense digital, como funciona, sua importância, áreas de aplicação e muito mais. Boa leitura!

Este artigo contém:

O que é Computação Forense?

Computação Forense na era digital

A computação forense é um conjunto de técnicas de investigação e coleta de dados digitais que identificam evidências de forma que sejam legalmente admissíveis.

Para exemplificar a atuação desse profissional é possível citar o caso da Colonial Pipeline em 2021 que precisou interromper suas operações após sofrer um ataque de ransomware.

A rede privada virtual (VPN) não possuía autenticação multifator e os hackers exigiram 4,4 milhões de dólares para o resgate dos dados.

Sendo assim, os peritos em computação forense do FBI atuaram para analisar o malware que causou o ataque e rastrear o fluxo de criptomoedas usadas no resgate.

Ou seja, a ciência forense de computação é uma poderosa ferramenta para os dias atuais, principalmente para recuperar dados, desvendar transgressões virtuais e garantir a integridade de provas digitais.

História e evolução da Computação Forense

A computação forense surgiu devido à evolução da tecnologia da informação e utilização dos dispositivos, com o intuito de atender às necessidades da sociedade, resolver crimes digitais e ações maliciosas.

Com a chegada da internet, tanto o uso dos dispositivos móveis, quanto os índices de crimes cibernéticos aumentaram e ficou evidente a necessidade de profissionais para trabalharem nessa área.

Sendo assim, nos anos 1980 começa-se a falar em computação forense e as empresas passam a implementar sistemas de computação em larga escala.

Já nos anos 1990, passou-se a implementar técnicas específicas de coleta e análise de evidências digitais em investigações realizadas por militares e só depois se expandiu para outros campos, como na legislação, setor empresarial e outros.

Ao longo dos anos, as técnicas e ferramentas disponíveis se modernizaram e surgiram:

  • Softwares especializados para análise de dados forenses;
  • Técnicas avançadas de análise de memória;
  • Aprimoramentos na coleta de dados em dispositivos móveis e mais.

Por fim, é possível dizer que a demanda por peritos em computação forense cresce em todo o mundo e a especialização na área se mostra importante na sociedade atual, onde os crimes digitais podem ter impactos significativos tanto para pessoas quanto empresas.
Conheça também: O que é vazamento de dados e o que fazer diante disto

Como funciona a Computação Forense?

O perito forense digital segue procedimentos padrão, que podem variar conforme a necessidade de cada investigação.

Por exemplo, pode-se rastrear, analisar dados e informações de diversos dispositivos para identificar um tipo de malware, como sequestro de dados pessoais, empresariais ou fraudes digitais.

Para isso, esses profissionais seguem basicamente três etapas principais, que são:

1. Coleta de dados

A equipe forense coleta informações armazenadas eletronicamente, sempre de forma que se mantenha a integridade de dados.

Nesta etapa, o perito isola o dispositivo e faz cópia fidedigna das mídias armazenadas, bloqueia os dispositivos originais e evita a adulteração ou contaminação acidental.

Na coleta também é possível utilizar informações públicas disponíveis em redes sociais, como Facebook, Instagram, entre outros, para fins investigativos.

Sendo assim, os passos da coleta de dados, são:

  • A equipe forense fotografa os artefatos e o ambiente onde está localizado;
  • Realiza-se cópia fidedigna do artefato original;
  • Deve-se anotar as características encontradas sobre o objeto e ambiente;
  • Etiquetar todos os objetos e todas as movimentações relacionadas a ele.

Por fim, essa coleta deve seguir todas as precauções possíveis para manter a integridade tanto das informações quanto dos objetos analisados.

2. Analise

A análise na computação forense é uma etapa excepcional. Constrói-se uma linha do tempo com base nos dados extraídos e nos eventos relacionados.

Ou seja, todos os dados coletados se transformam em informações que contam a história de como ocorreu o incidente, pois se relaciona às provas, o autor e a vítima da situação.

Esse é o momento onde os peritos criam as hipóteses do crime cibernético. Eles realizam testes para as provas e contraprovas das teorias elaboradas para o caso. Desta forma, se evita dúvidas sobre todos os elementos contidos no relatório final. 

Durante a análise é possível identificar o seguinte:

  • Documentos;
  • Históricos de navegação;
  • Mensagens eletrônicas;
  • Arquivos deletados;
  • Entre outros.

3. Relatório

O relatório é a etapa após a análise. É uma espécie de laudo pericial que deve conter todas as informações relevantes para o caso, desde dados sobre o objeto até mesmo os procedimentos realizados para a perícia.

É um documento que deve contar com uma linguagem formal e informações técnicas. Pode constar imagens, gráficos e anexos com elementos que foram necessários para a análise.

Por fim, esse é um documento que deve permanecer inviolável, pois servirá para processo judicial, caso seja necessário.

Leia também: Política de Segurança da Informação (PSI): guia completo

Áreas de aplicação da Computação Forense

Assim como você pode perceber, a área forense digital possui vertentes abrangentes. Pode ser usada para desvendar ou prevenir crimes digitais, ou até mesmo reunir provas para processos judiciais.

Algumas das principais áreas de aplicação da perícia digital, são: 

  • Prevenção de crimes: a computação forense pode ajudar na hora de prevenir crimes digitais, uma vez que eles acessam mensagens e e-mails enviados ou qualquer informação suspeita. Isso viabiliza uma segurança mais preventiva;
  • Detecção digital de crimes: a perícia pode auxiliar na hora de reconstruir os passos de quem realizou um crime digital. Identificar todos os eventos anteriores ao ato é fundamental para se chegar a uma resposta;
  • Investigação corporativa: é usada também para investigar crimes digitais que acometem organizações, como casos onde há sequestro de dados confidenciais ou assédio cibernético;
  • Segurança da informação: também pode ser utilizada para segurança de dados e informação, assim, evita-se vazamento e corrige vulnerabilidades em toda a infraestrutura do setor;
  • Direito civil: essa é outra opção de uso na computação forense, uma vez que se utiliza em casos de litígio civil para disputas judiciais ou de propriedade intelectual.

Essas são apenas as principais formas de uso da perícia forense digital, mas diante a tantos dispositivos tecnológicos e necessidades, é possível que a atuação seja mais ampla e de acordo com cada caso.

Ferramentas e tecnologias utilizadas na Computação Forense

Existem diversas ferramentas e tecnologias disponíveis para se utilizar na computação forense, tudo vai depender do orçamento do cliente e do conhecimento do perito.

Por isso, conheça abaixo os principais dispositivos utilizados na área:

EnCase

É uma ferramenta conhecida como uma das melhores do mundo, sendo utilizada tanto pela Polícia Federal quanto pelo FBI e conta somente com licença paga para quem deseja utilizá-la. Suas funcionalidades, são:

  • Realiza investigações abrangentes em dispositivos digitais, incluindo coleta e análise de dados;
  • Elabora relatórios detalhados e precisos sobre a investigação;
  • Descriptografar senhas de arquivos para acessar informações relevantes.

UFED Touch

Foi desenvolvida pela empresa israelense Cellebrite e é uma ferramenta completa que possibilita tanto a extração, decodificação, quanto a análise dos dados coletados. Suas maiores funcionalidades, são:

  • Extração de dados de praticamente todos os dispositivos móveis disponíveis no mercado;
  • Decodificação e análise de dados extraídos de dispositivos móveis, incluindo mensagens de texto, e-mails, arquivos de mídia e mais;
  • Análise de aplicativos de mídia social, aplicativos de mensagem instantânea, entre outros.

FTK

O FTK é uma ferramenta bastante popular, usada para perícia digital forense ao permitir a coleta, análise e preservação de evidências digitais. Possui uma interface fácil de usar, que permite a análise de grandes volumes de dados de maneira rápida e eficaz.

Algumas funcionalidades da ferramenta, são:

  • Coleta e análise de evidências digitais de diversos dispositivos;
  • Análise de imagem de disco e identificar arquivos ocultos e excluídos;
  • Visualização de dados com recursos que facilitam a análise de informações;
  • Integração com outras ferramentas de computação forense que aumentam sua eficácia.

Casos de sucesso em investigações de Computação Forense

São diversos os casos de sucesso em investigações de computação forense. Empresas de grande porte tiveram seus sistemas invadidos, dados roubados ou até mesmo fraudes contábeis. Por isso, conheça os principais exemplos abaixo:

Enem

Em 2016, a investigação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) utilizou técnicas de perícia digital para identificar candidatos que tiveram acesso antecipado às provas. Foi a análise forense dos dispositivos dos envolvidos que ajudou a identificar o esquema.

Caso Apple em 2018

Esse caso de grande destaque envolveu um engenheiro da empresa que roubou informações confidenciais e tentou vendê-las para empresas na China de.

Nesta investigação utilizaram-se técnicas de computação forense para recuperar as mensagens e os arquivos de computador relacionados ao roubo, bem como para identificar outras pessoas envolvidas.

Lava Jato

A investigação da Operação Lava Jato, que desvendou um esquema de corrupção envolvendo políticos e empresários no Brasil, utilizou técnicas de perícia digital para analisar grandes volumes de dados e identificar transações suspeitas.

Qual o papel da computação forense no combate aos crimes digitais?

Assim como foi possível observar ao longo desse artigo, temos passado por um avanço tecnológico, que nos torna vulneráveis a diversos tipos de fraudes digitais. Por isso, a computação forense se torna tão fundamental.

Ela é responsável por desenvolver novas técnicas para manter a integridade das evidências digitais. Nesse sentido, seu papel é juntar, preservar, rastrear e investigar as provas para resolução de crimes.

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